segunda-feira, 9 de julho de 2012

O Torreão - Jennifer Egan

Editora: Intrínseca
Autor: Jennifer Egan

Ano: 2012
Número de Páginas: 240
Onde Comprar: Compare Preços


Ótimo!






Danny é um nova-iorquino viciado em celular que, entre outros estranhos talentos, consegue detectar na própria pele se um lugar tem sinal de internet wi-fi. Quando seu primo Howard o convida para conhecer o castelo europeu que comprou e está reformando, Danny acha que é uma boa oportunidade. Ao chegar lá, no entanto, as coisas começam a ficar estranhas. O torreão do castelo, que serviu de fortificação durante muitos séculos e resistiu a diversas tentativas de invasão, ainda é ocupado pela antiga proprietária - uma baronesa sinistra que parece velha demais para estar viva. Uma piscina mal-assombrada e um traiçoeiro labirinto subterrâneo completam a aura de mistério do lugar. Quando o pânico toma conta de Danny, ele descobre que a "realidade" pode ser algo em que não consegue mais acreditar. De maneira inventiva e subvertendo os limites entre fantasia e realidade, Egan constrói uma história que prende o leitor a cada página e nos faz ter vontade de reler o livro muitas vezes.



"Você ainda não aprendeu que aquilo que a pessoa mais deseja esquecer é precisamente aquilo que nunca a abandona?"


"Um raciocínio lógico leva você de A a B. A imaginação leva você a qualquer lugar que você queira". É pensando nisso, que começo minha resenha de O Torreão, de Jennifer Egan, recentemente lançado pela editora Intrínseca aqui no Brasil.

Para aqueles que ainda não conhecem o trabalho de Egan, podem recear se arriscar em um livro que a primeira vista não tem nada de especial, a história que gira em torno de um nova-iorquino ferrado e que de repente recebe uma proposta de emprego de um parente que não vê há tempos, pode não ser algo que chame muito a atenção.

Porém, para aqueles que deram uma chance a este livro, descobriram que a mente brilhante de Egan pode transformar qualquer história simples em uma obra prima.


Em um primeiro momento conhecemos Danny King, um homem com seus trinta e poucos anos que parece ter congelado no tempo na época da adolescência. Danny se recusa a crescer e a assumir responsabilidades e este é um dos fatos que o levam a destruir sua vida em Nova York.
Sem muitas perspetivas futuras, Danny aceita de boa vontade, porém não sem desconfiança, mudar-se para a Europa afim de ajudar sem primo Howard na restauração de um castelo.  

Duas coisas precisam ser ditas sobre Danny, ele é viciado em tecnologia e teve sérios problemas com o primo na infância. Dito isso, posso continuar minha resenha, dizendo que quando Danny vai para um local onde não há a possibilidade de comunicação via satélite e onde tem que passar vinte e quatro horas ao lado de Howard, a coisa pode não dar muito certo.

Em um segundo momento, somos apresentados a Ray, um presidiário que participa de uma oficina de textos e que está apaixonado por sua professora.


Estes dois universos, o de Danny e o de Ray, são mais próximos um do outro do que no inicio imaginamos. Suas vidas estão ligadas por uma linha muito tênue que separa o real do irreal.

Em uma história totalmente envolvente, Egan prova que mesmo quando está escrevendo algo simples, escreve uma história fantástica.


Voltando a frase de abertura desta resenha, posso agora dizer que a beleza deste livro está na imaginação. Do leitor e dos personagens. Muitas vezes não conseguimos distinguir o real do imaginário. Egan manipula a mente do leitor, mas permite ao mesmo imaginar suas próprias teorias. Em uma mistura de história de terror e modos de vida de um presidiário, a autora encobre uma doce história de amor que faz com que, e mesmo sem perceber, nos emocionemos.

Normalmente recebemos a história prontas, sem muitas brechas para nossas suposições, mas neste livro me senti livre para imaginar as coisas da forma como eu queria. Mesmo que Egan tenha decidido o final, durante todo o livro eu pude imaginar a história por trás da história e, acredito eu, essa seja uma das propostas do livro, ativar a imaginação. Porque segundo Howard: “Perdemos a capacidade de inventar coisas”


O final é brilhante e fecha de forma encantadora todas as pontas soltas. Todo um ciclo. É o tipo de livro que assim que terminamos, nos sentimos impelidos a relê-lo no mesmo instante para perceber detalhes que antes não vimos.Um livro que nos convida a imaginar.

Um comentário:

  1. Ola gostei da resenha, serio se fosse só pela capa e pelo nome do livro eu não leria, mas a estoria parece muito interessante pelo seu ponto de vista, vai entrar pra lista de coisas a ler hehe

    Abraços

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