Delírio - Lauren Oliver

Editora: Intrínseca
Autor: Lauren Oliver
Ano: 2012
Número de Páginas: 342
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Bom!

Muito tempo atrás, não se sabia que o amor é a pior de todas as doenças. Uma vez instalado na corrente sanguínea, não há como contê-lo. Agora a realidade é outra. A ciência já é capaz de erradicá-lo, e o governo obriga que todos os cidadãos sejam curados ao completar dezoito anos. Lena Haloway está entre os jovens que esperam ansiosamente esse dia. Viver sem a doença é viver sem dor: sem arrebatamento, sem euforia, com tranquilidade e segurança. Depois de curada, ela será encaminhada pelo governo para uma faculdade e um marido lhe será designado. Ela nunca mais precisará se preocupar com o passado que assombra sua família. Lena tem plena confiança de que as imposições das autoridades, como a intervenção cirúrgica, o toque de recolher e as patrulhas-surpresa pela cidade, existem para proteger as pessoas. Faltando apenas algumas semanas para o tratamento, porém, o impensado acontece: Lena se apaixona. Os sintomas são bastante conhecidos, não há como se enganar — mas, depois de experimentá-los, ela ainda escolheria a cura?

Delírio é um livro bom. A história é criativa e a narrativa da autora é simples e objetiva, o que torna a leitura fácil e rápida. Mas pra mim, ainda assim, faltou alguma coisa nesse livro que fizesse com que eu me apaixonasse por ele. 

Estava doida para lê-lo desde que fiquei sabendo sobre o lançamento. Adoro distopias e esperava muito desse livro, o que provavelmente contribuiu para a minha decepção. A história é boa, mas é muito simples. A autora se apega a detalhes que poderiam simplesmente ser ignorados. E passa por outros, mais interessantes, muito vagamente. Como a leitura é fácil, você lê, lê, lê e não percebe que já leu quase todo o livro. Mas quando a leitura termina fica com a sensação de que tudo poderia ter sido resumido a um número bem menor de páginas.

Outro ponto que me irritou foi a previsibilidade da história. Logo nos primeiros capítulos eu já podia deduzir o que aconteceria no livro todo. Isso foi um pouco chato. Somente o final realmente conseguiu prender minha atenção a ponto de eu ler tudo direto até chegar a última página e me deixar curiosa para o próximo livro (acho que a autora guardou o melhor para o final).

Apesar disso, consegui salvar algumas coisas da leitura. A parte reflexiva da obra é muito bem trabalhada. A questão do amor é abordada de uma forma muito delicada e sensível. Gostei porque a autora explorou vários tipos de amor (embora o romance seja o mais presente), como o amor de mãe e filha, e o amor de duas melhores amigas que cresceram juntas e estão prestes a se separar.

A questão mais importante da história é: o amor é uma doença, ou a cura para todos os males? Será que vale pena morrer por amor? Mas será, também,  que vale a pena viver em um mundo sem amor?

"Amor: ele vai matá-lo e salvá-lo, ao mesmo tempo"

O livro é bom e vale a pena conferir. Minha dica é: não comecem a leitura com muitas expectativas, assim é possível que vocês gostem mais do livro do que eu gostei rs

"Amor: uma única palavra, algo delicado, uma palavra que não é mais larga ou longa que uma lâmina. É o que ela é: uma lâmina, uma navalha. Ela corre pelo centro da sua vida, cortando tudo em duas partes. Antes e depois. O restante do mundo cai em ambos os lados"