Impossível esquecer o primeiro amor. Não aquela paixonite por um ator ou cantor famoso. Ou aquele amor platônico que você jurou que morreria por ele. Mas sim o primeiro amor correspondido. Aquele amor compartilhado e desejado por tantos. O amor de horas de conversa e beijos que causam euforia. Ou aquele amor inocente de criança e cheio de espectativas. Aquela lembrança doce e marcante que nos segue mesmo depois de tanto tempo. Mesmo que outras paixões, muitas vezes mais fortes, venham a acontecer, o primeiro amor é inesquecível.
Assim como o primeiro amor, o primeiro livro é inesquecível. E não falo sobre aqueles livros que somos obrigados a ler na escola, que assim como os amores platonicos mais causam dor e sofrimento do que felicidade, mas daquele livro escolhido por nós mesmos, retirados de uma grande prateleira e lidos por livre e espontânea vontade.
Aquele livro que causa em nós as primeiras sensações de amor e ódio, de raiva, desespero e euforia. De empatia por personagens que em nossa mente se tornam reais; nossos melhores amigos. Que compartilha conosco noites em claro. Que viaja conosco e nunca nos abandona. Que nos acompanha ao médico, dentista, fila de banco e supermercado. Não se importa em ficar conosco seja nos dias de alegria ou nos dias tristes em que nossas lágrimas, vez ou outra, teimam em molhar suas páginas.
Como esquecer aquele primeiro livro que lhe fez pensar e sentir coisas tão diferentes em um intervalo de tempo tão pequeno.
Meu primeiro amor literário foi "Razão e Sensibilidade" da autora inglesa Jane Austen. Foi com ele que iniciei minha vida literária. Hoje sei que esse livro nem de longe é o melhor da autora e que talvez fique muito atrás em relação a outros livros que eu tenho lido depois dele. Mas por ter sido o primeiro, ele sempre será inesquecível pra mim. Assim como o primeiro amor.
Foi com Marianne e Elinor que eu dividi minhas dúvidas de adolescente. Que eu compartilhei meus corações partidos e tive esperança em dias mais felizes. Foi nas paisagens da antiga Inglaterra que eu andei e sonhei e fiz minha primeira viajem internacional (sem sair de casa). Foi este livro, que hoje quase cai aos pedaços, que me fez querer mais, buscar mais. E hoje eu percebo, que mesmo depois de tantos anos, tantos livros e tantas outras paixões literárias, ele ainda é o meu primeiro amor. Quando olho para ele na estante ainda suspiro por Willoughby, Ferrars e Brandon. Ainda me pergunto o que teria acontecido se tal personagem tivesse feito isso ou aquilo de forma diferente. Ainda sinto uma vontade louca de lê-lo mais uma vez (mesmo já o tendo relido várias vezes).
No meu coraçãozinho de leitora ávida, este livro sempre será inesquecível. Ele foi meu primeiro amor. E como todos sabem, o primeiro amor a gente nunca esquece.
E você? Qual foi seu primeiro amor literário? Ainda é seu livro favorito? Comente aqui!
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